Introdução

Salvação (grego = Σωτηρία - soterias) é a matéria consistente da principal estrutura do cristianismo, sustentando a esperança de todos os que aderiram a esta fé e que, em comunhão com ela apontam para o Cristo, Pessoa filial da Trindade Divina, autor, promotor e difusor dessa mesma fé (Hb 12.2). A salvação é proposta a partir de seu vicário martírio, sendo dirigida ao gênero humano.

A salvação pode ainda ser comparada com um eixo em torno do qual gira toda a atividade divina que está associada à revelação dessa promessa, complementando o corpo como uma cabeça; formando a substância das sombras e prefigurações relacionadas no Antigo Testamento (Hb 10.1).

Concordam os estudiosos que o texto de Hebreus 1.1 bem atesta que os oráculos de Deus, outrora manifestos por seus servos, os profetas, não se resumiram àquela época. Sua derradeira pronunciação foi apresentada após a manifestação de seu Filho, cujo surgimento é testificado de forma infalível nos vinte e sete volumes canônicos do Novo Testamento.

Uma análise criteriosa desse aspecto da ortodoxia cristã deve se iniciar no Antigo Testamento, já que os elementos constantes nesta parte das Escrituras são imprescindíveis à compreensão das questões que a envolvem e ainda, nos oráculos reveladores e proféticos de Deus, reconhecer sua natureza redentora.

No Antigo Testamento há uma implícita apresentação dos tipos e predições específicas acerca do Messias então esperado, e da obra que ele estaria por desenvolver na terra.

A porção veterotestamentária da Bíblia elucida ainda, a partir do vocabulário que emprega, conceitos salvíficos que seriam incompreensíveis, não fosse a porção editada após a ascensão do Ungido de Deus, abrangendo tanto a matéria bíblica de ordem natural (terrena), quanto a que diz respeito ao campo espiritual.

Embora o idioma e a escrita hebraica não gozem de riqueza vocabular em sua generalidade, no que tange ao livramento e à salvação, os escritores do Antigo Testamento empregaram várias palavras que fazem referência a estes conceitos, definindo-os nas conotações: natural, jurídica e espiritual. Vejamos a definição no próximo capítulo.

Faculdade ICP

Pastor Muller