Das regiões mais antigas do planeta e dos povos que as habitavam, advém-nos o material e a própria escrita conservada nesse material. Foram as inscrições antigas nas cavernas, nas estátuas, nas colunas, nas tumbas e nos materiais não perecíveis, como por exemplo, as tabuinhas de argila, os papiros e os pergaminhos, que forneceram informações sobre as civilizações antigas. Foi a conversação de documentos valiosos, como as cópias das Escrituras Sagradas do cristianismo e outros, que elucidou diversas passagens das Escrituras.
A história da Bíblia relaciona-se perfeitamente à história oral e também à história da escrita. Eram feitas várias verificações para assegurar a cópia correta dos livros. O número de linhas era contado e comparado com o original. Qualquer danificação do original era anotada. ?s vezes, um segundo escriba verificava toda a cópia.
Além da formação do hebraico, do aramaico e do grego, os estudo das línguas em que a Bíblia foi elaborada preocupa-se com o material utilizado para a escrita dos livros e dos documentos antigos, bem como os tipos de escrita existentes desde os primórdios da humanidade.
Foram encontradas inscrições em pedras, cerâmicas e metais. Entretanto, textos maiores precisavam ser escritos em material acessível, abundante e que pudesse ser transportado. Para tanto, foram utilizados, inicialmente, as tabuinhas de argila e os óstracas, em algumas regiões e em outras, o papiro. Além desses, havia o pergaminho.
Nota:
As tabuletas cuneiformes podiam ser cozidas em fornos para prover um registro permanente. Muitas das tabuletas achadas por arqueólogos foram preservadas porque foram «cozidas» durante os ataques incendiários de exércitos inimigos, contra os edifícios no qual as tabuletas eram mantidas.
Tabuinhas de argilas.
Como os vales do Tigre e do Eufrates são formados de terra de aluvião, tornava-se barato e generalizado o uso de argila para a escrita. A argila úmida era moldada em tabuinhas, geralmente planas de um lado e convexas do outro. Eram feitas incisões na argila mole, com um estilete, as vezes do dois lados. A argila podia secar ao sol, mas a cocção nos fornos dava-lhe mais durabilidade. As inscrições oficiais eram colocadas num vaso de argila, onde se escrevia o resumo do conteúdo das tabuinhas. A tabuinha também serviu de instrumento para o correio internacional, como mostram as cartas de Tell el-Amarna.
Ostraca é um fragmento de cerâmica (ou pedra), normalmente quebrado de um vaso
ÓSTRACAS
Referiam-se aos fragmentos de peças de cerâmica quebrada, material abundante e barato, utilizado no Egito, especialmente para exercícios escolares, cartas, recibos, contas etc., pois o papiro era caro. Nos óstracas redigia-se com tinta e pena, o que permitiam escrever unicamente em caracteres aramaicos. Isso explica a escassez desse tipo de material na Mesopotâmia. Em Atenas, para expressar a condenação ao “ostracismo” ou ao exílio, escrevia-se o nome dos condenados óstracas. Conservam-se alguns com passagens do Antigo Testamento e do Novo Testamento .
Planta de Papiro
Papiro feito da planta do mesmo nome
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O PERGAMINHO era a pele do animal curtida.
Pele de animal, convenientemente tratada e seca para ser escrita ou impressa de ambos os lados.
Pergaminho (do grego pergaméne e do latim pergamina ou pergamena), é o nome dado a uma pele de animal, geralmente de cabra, carneiro, cordeiro ou ovelha, preparada para nela se escrever.
O seu nome deriva do nome da cidade onde se terá fabricado pela primeira vez: Pérgamo, na Grécia.
Foi largamente utilizado na Antiguidade ocidental e na Idade Média, até à difusão da invenção chinesa do papel.
O fabrico e a comercialização do pergaminho pelos pergaminheiros era um negócio rendoso. Para suportar convenientemente a tinta da escrita e os pigmentos das iluminuras, a pele era tratada para se tornar resistente, flexível e manuseável.
Depois de esfolado o animal, a pele era lavada em água e limpa das impurezas.
Já escorrida, era polvilhada com cal, dobrada sobre o lado da carne para secar durante semanas. Era esticada em armações de madeira para secar sob tensão, ao mesmo tempo que era polvilhada com pó de cré – que impedia que a tinta de escrever fosse absorvida pelo pergaminho.
Finalmente, a pele era polida com pedra-pomes para a superfície ficar lisa, uniforme e brilhante.
Para escrever, o copista-calígrafo usava geralmente uma pena de ganso, cuja ponta fendida ia molhando na tinta. Uma faca, sempre à mão, servia para afiar a ponta da pena.
Sua utilização remonta ao terceiro milênio a.C. O exemplar mais antigo conservado é de cerca de 2000 a.C. Durante o século II a.C., a técnica de preparação do pergaminho aperfeiçoou-se bastante na cidade de Pérgamo, da qual tomou o nome.
O fragmento mais antigo de um escrito cristão conservado em pergaminho é o DIATÉSSARON de DURA-EUROPOS, da primeira metade do século II d.C. Do Novo Testamento não se conservaram manuscritos em pergaminhos anteriores ao século IV.
Local: Dura-Europos
Inicialmente, os papiros referentes a um livro eram emendados e enrolados, formando um rolo ou volume (“ enrolar em latim). Esse tipo de rolo era conhecido em hebraico como MEGILLA ou MEGILLAT SEFER, expressão traduzida em Hb 10.7 por KEPHALIS BIBLIOU, na citação de Sl 40,7,8. Um rolo podia conter um livro da mesma extensão do de Isaías. O Pentateuco necessitava de cinco rolos. Os rolos eram guardados em grandes jarros de cerâmica, do mesmo modo que foram encontrados os manuscritos do Mar Morto. Aliás era a forma de se guardar livros e documentos na Antiguidade.
Assim como os papiros, o pergaminho inicialmente também era disposto em rolos, Entretanto, aos poucos passou-se ao uso de CÓDICE ou CÓDEX. Vários caderninhos de quatro folhas duplas formavam um códice de grossura ilimitada e de aspecto parecido com o de um livro moderno, com capas de madeira ou de couro. Os escritores cristãos adotaram, desde o século II, o uso do códice, rompendo assim com a tradição judaica que só admitia o uso do rolo para os textos sagrados. Em épocas posteriores, por causa do alto custo do pergaminho, costumava-se raspar o texto escrito para escrever sobre ele outro texto, dando assim origem ao códiceRESCRIPTI ou palimpsestos. Procedimentos químicos e fotográficos permitem a leitura do texto raspado que era, com freqüência, um texto bíblico.
Texto: Faculdade de Teologia Dr.Walter Martin
Pastor Muller